Coluna de Fogo

... e de noite numa coluna de fogo para os iluminar...

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Deus e as Fornalhas

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"Deus não te livra da fornalha, mas na fornalha." Será?

Confesso que ouvi e li tal frase por diversas vezes, até por que como bom apreciador do Facebook (coisa que preciso mudar!!) inclusive concordei com ela por muito tempo, afinal, Deus livrou a Sadraque, Mesaque e Abede-Nego dentro da fornalha (não vou explicar a história porque certamente vocês já sabem). O problema é que de vez em quando eu penso, e geralmente quando isso acontece eu discordo de um monte de coisas (já tentei superar este defeito mas não consigo), e passei a discordar de tal afirmação porque ela simplesmente limita a forma que Deus opera. Deus livra os três personagens na fornalha mas quem disse que ele sempre livra seus servos na fornalha?!

Quantas vezes nós temos livramentos de Deus antes sequer de passarmos pela experiência da fornalha?! Eu mesmo ando por este trânsito caótico do Rio de Janeiro todos os dias e nunca precisei ser atropelado ou sofrer um acidente para compreender que Deus tem me guardado.

E quantas vezes você mesmo(a), caro(a) leitor(a), não recebeu um livramento do Senhor antes mesmo da situação de adversidade ter começado? (Puxa pela memória aí...). De fato irmãos, Deus nos livra quando e onde ele quiser, pelos motivos que ele bem entender. Mas aí entra o tema mais polêmico deste texto: também existe a possibilidade de Deus não nos livrar da maneira que esperamos.

Deus é soberano irmãos, e Ele faz exatamente o que Ele quer, mesmo que o que Ele queira seja aquilo que eu não quero. E isto ficou latente pra mim quando esta semana eu fiz um trabalho sobre a igreja de Esmirna (vale a pena dar uma olhadinha no Apocalipse), e sobre os mártires da igreja primitiva.

Irmãos, é profundamente egoísta e soberbo o raciocínio de que Deus sempre vai me livrar da maneira que eu quero, de tudo o que eu quero e na hora que eu quero. Os irmãos da igreja primitiva morriam por amor ao evangelho, os irmãos da igreja de Roma não foram “libertos da fornalha” mas eles eram a própria fornalha, pois Nero incendiou muitos cristãos vivos para iluminar as ruas de Roma. Os irmãos da Igreja Primitiva certamente esperavam que Deus os livrasse dos leões e dos gladiadores nas arenas, mas enquanto eram devorados certamente não se voltaram contra Deus por não os livrarem.

Entenda que o evangelho que você conhece você o conhece porque ele foi regado com o sangue destas pessoas que não foram “salvas da fornalha e nem na fornalha” (pelo menos na nossa concepção). Deus faz as coisas com um propósito irmãos, Deus não está pronto a satisfazer as nossas vontades e nossos desejos da maneira que nós bem entendermos. Já passou da hora de pararmos de imaturidade e deixar Deus no lugar dEle, de Deus, e nos colocarmos no nosso lugar, de servo.

Mas talvez você me pergunte: como pode Deus permitir que eu sofra? Como pode Deus ter um propósito no sofrimento humano?! Eu não sei irmãos. Eu definitivamente não sei, eu só sei que se Ele diz que tem um propósito, Ele o tem e se eu não compreendo, o problema está em mim e nunca nEle.

João 9:1-7 nos traz a história de um cego que foi curado por Cristo, mas ao ser inquirido pelos judeus de quem havia pecado para que Ele nascesse cego, ele ou seus pais, Jesus diz que ninguém pecou, mas que tal enfermidade foi para a glória de Deus. O problema é que só entendemos o propósito de Deus quando Ele o revela. Só que na vida real nós não somos os “leitores” mas sim os personagens e os personagens não sabem o fim de suas histórias.

Devemos nos lembrar de Jó, que vivia tal sofrimento que não havia livramento aparentemente possível, e seus amigos vinham com suas teorias e teologias sobre os pecados ocultos de Jó, sobre algo que ele fez para receber tal punição (qualquer semelhança com nossas igrejas não é mera coincidência), mas no fim, Deus revela a Jó o motivo de tudo e ele se espanta e finalmente pôde dizer: “eu te conhecia de ouvir falar, mas hoje os meus olhos te veem.”

Por fim irmãos, talvez você esteja passando por um grande sofrimento, ou dor ou angústia, ou talvez você não esteja passando (mas certamente irá passar, é natural da vida), contudo lembre-se que que o autor da história cuida bem dos seus personagens, e que Ele, muito melhor do que nós, sabe o propósito pelo qual as coisas acontecem. Creia, confie, e dependa dEle, ainda que Ele não te livre da fornalha, ou na fornalha, ainda que para que o propósito se cumpra, você tenha que ser a própria fornalha.

Eis o chamado do Evangelho, como disse o apóstolo Paulo em Fp 1:29 “...Porque a vós vos foi concedido, em relação a Cristo, não somente crer nele, como também padecer por ele...”


Que Deus nos abençoe em Cristo Jesus.

Sem. André Oliveira.

 

 

 
Comentários (1)
Excelente texto Oliveira!
1Sex, 05 de Outubro de 2012 11:36
Glauco
Oliveira, mais uma vez agradecemos por nos abençoar com mais um texto maravilhoso, cremos, da parte de Deus. Eu particularmente sou um entusiasta da nossa condição de total submissão à vontade deste Deus Todo Poderoso, que faz conosco o que bem quer e entende ser o melhor pra nós.

Deus continue abençoando seu ministério.

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Gênesis 7.18

E prevaleceram as águas e cresceram grandemente sobre a terra; e a arca andava sobre as águas.

A arca vagava sobre a destruição… Imagine o mundo sendo destruído e você flutuando sobre a devastação. A fidelidade a Deus é capaz de proporcionar experiências como essa. Enquanto um dilúvio sem precedentes, enviado por Deus, aniquilava a própria criação, os escolhidos bailavam ao sabor das águas, com um senso de segurança jamais imaginado por incrédulos. O mesmo elemento que destruía, sustentava os filhos de Deus. O castigo era para os merecedores, aqueles que criam não deveriam temê-lo. A coluna d'água aumentava a cada instante, por 40 dias, e com ela uma pressão esmagadora sobre a terra. Mas o perfeito formato e vedação da arca, construída sobre orientação do Criador, gerava um empuxo suficiente para que permanecessem na superfície.

Hoje, não é necessário um dilúvio para destruir a terra, o próprio homem está dando conta disso. A diferença é que o homem é incapaz de criar mecanismos de salvação em meio ao caos, tal qual Deus. Mas, ainda assim, em meio às ruínas do homem, Deus tem sustentado os seus, que permanecem emersos, fortes e evidentes, sãos e salvos, prontos para recomeçar quando a crise baixar. Vale a pena confiar

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